Ainda menino, Filipe cantava em bailes e festas com o pai e numa de suas primeiras experiências enfrentou uma plateia de três mil pessoas. Nenhuma timidez. Foi criado para isso, jamais pensou em fazer outra coisa da vida que não cantar e compor. Daí a sua naturalidade impressionante. Filipe domina o microfone, a dinâmica da banda e tem carisma de sobra para calar a audiência mais barulhenta, no palco se sente em casa.
Sua voz de timbre raro e seu canto afinadíssimo estão à serviço de um discurso coerente. Dramático sem ser nostálgico, atitude rock’n’roll com a sofisticação estética de um Oscar Wilde contemporâneo. Suas leituras de Hilda Hilst ou Caio Fernando Abreu se misturam às crônicas de um cotidiano romântico e compõem um repertório cheio de charme e crueza. Filipe gosta de falar de amor. Do amor entregue, da paixão desregrada, passional. Pra isso se serve do tango, do samba-canção e do blues. Brinca com gêneros e ritmos levando muito a sério a missão do intérprete. É um cantor que se dá para a canção como fazem suas musas e referências para o ofício: Cássia Eller, Elis Regina, Janis Joplin, Bethânia, P.J.Harvey, Maysa. Sem fronteiras para épocas e estilos. Qualquer coisa entre Dolores Duran e Amy Winehouse.